sábado, 28 de novembro de 2009
domingo, 2 de agosto de 2009
alma em preto e branco
Espaços vazios... nem toda a água do mar
Do céu nas luzes e cores que vejo
tudo em construção, cacos e estilhaços
pedra e telas de aço
horizonte belo
apenas eu a mirar
azul, azul demais
fotos em preto e branco
desnuda a alma colorida
desnuda as cores na alma
e eu... a mirar...
...
By Anita Floyder
sexta-feira, 24 de julho de 2009
segunda-feira, 6 de julho de 2009
quinta-feira, 2 de julho de 2009
retrato
Alguém perguntou ao artista já perto dos 90 anos: Pensa na morte?
Sim - respondeu - desde pequeno. Foi a única mulher que sempre me acompanhou..."
terça-feira, 30 de junho de 2009
Sê
Finda-se mais uma tortuosa etapa, idas e vindas, decepções e alegrias vividas numa instituição que deve ser promotora de conhecimentos e lugar de formação do cidadão.
Felizmente, tenho ainda o prazer de encontrar verdadeiros "EDUCADORES" humanizados nos valores da solidariedade, respeito pela paz e acima de tudo devidamente PREPARADOS para suscitar debates responsáveis de idéias e críticas usufruindo da liberdade. São, acima de tudo, SERES HUMANOS admiráveis!
Por outro lado, há aqueles que usam a cultura como adorno superficial do espírito, cujos valores ignoram a importância da profissão e se transvestem democráticos, quando não passam de lugares vazios no hiperespaço. Utilizam o poder que lhes é conferido para apenas subsistir em meio aos caquéticos prédios de fachada democrática e não passarão de meros coadjuvantes, substitutos de um sistema que mais se assemelha a um cadáver em decomposição esquecido.
“Não deixe a universidade atrapalhar seus estudos” - disse-me uma vez um dos educadores- entendi rapidamente.
O mundo é vasto e não cabe (nunca caberá) numa sala de aula.
Não cabe na vaidade mesquinha da cegueira do espírito.
terça-feira, 5 de maio de 2009
None but ourselves can free our minds!
Há um grupo de pessoas que tende a um pensamento , digamos,escravocrata. Uma dessas correntes que transformam os seres humanos cada vez mais em animais irracionais. Parece-me que a escravidão mental é uma das mais cogitadas.Somos expostos a certos tipos de pensamento tão imbecis que dificulta nosso processo de reflexão e construção interior. Em pleno séc. XXI ouvem-se coisas do tipo: “Será que nós, “elite intelectual” do país, devemos manter a cultura restrita? Será que devemos ensinar tudo o que sabemos ao “povão”? Acho que sim, a massa não pensa mesmo! ”Certos pensamentos mostram o quão ignorantes são esses deuses do saber quanto àqueles que excluem.
A arte existe e uma das suas infinitas funções é expressar através de uma determinada linguagem aquilo que somos e sentimos. O reggae é um excelente exemplo dessa manifestação poderosa que é a arte, um ritmo que nasceu no gueto de mentes pretas e pobres e que virou os olhos do mundo para a Jamaica.
O reggae traz a ancestralidade musical da África, o ritmo cadenciado dos batuques da macumba. Contudo, mais forte que o som dos atabaques é o seu discurso ácido-reacionário; suas letras expressam a linguagem do povo, clara, direta, atingível. Carregadas de conteúdo político que convidam à luta contra o poder estabelecido e influência religiosa, a qual pregava a não-escravidão mental pela babilônia e fazia uso de uma erva alucinógena com o intuito de elevação espiritual. Evoluiu durantes os anos 40, 50 e 60, até culminar brilhantemente na déc. de 70 na figura mítica de Robert Nesta Marley.
Em uma de suas canções Bob Reflete: “We refuse to be What you wanted us to be;
We are what we are: That's the way it's going to be. You don't know!You can't educate I For no equal opportunity: Talkin' 'bout my freedom,People freedom Yeah, we've been trodding on the winepress much too long: Rebel, rebel!”
, e essa educação não era nem um pouco parecida com essa européia que somos obrigados e engolimos goela abaixo achando que estamos alimentados de sabedoria e espírito aristocrático. Suas crenças tinham raízes profundas na busca de uma identidade cultural legítima e essa busca seria o caminho do exercício de seus verdadeiros arquétipos. Tentaram assassinar Marley por suas idéias, a babilônia queria calar o grito do povo, porém tudo o que conseguiram foi lançá-lo como um cometa em direção `a galáxia dos homens ilustres.
O mundo reconhece o valor artístico e a figura do homem negro que ganhou o mundo com suas idéias, as idéias do povo. O que resta a essa elite intelectual tão bem escolhida é um pouco mais de inteligência. Há tantos caminhos que levam ao conhecimento e tanto a evoluir, por isso não devemos acreditar em tudo que nos ensinam, há também os péssimos mestres.
A simplicidade é a magnitude das coisas.
By Anita Floyder
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sexta-feira, 1 de maio de 2009
Dois velhos comendo
terça-feira, 7 de abril de 2009
domingo, 29 de março de 2009
segunda-feira, 23 de março de 2009
Um olhar mais demorado
"O tríptico (três painéis) de Hieronymus Bosch, O Jardim das Delícias Terrenas, descreve a história do Mundo a partir da criação, apresentando o paraíso terrestre e o Inferno nas asas laterais. Ao centro aparece, curiosamente, um Bosch que celebra os prazeres da carne, com participantes desinibidos, sem sentimento de culpa. A obra expõe ainda símbolos e atividades sexuais com vividez. Especula-se sobre seus financiadores, que poderiam ser adeptos do amor livre, já que parece improvável que alguma igreja tradicional a tenha encomendado.
Ligada à "utopia" por um lado, mas representando o lugar da vida humana por outro, Bosch revela uma atualidade do seu tempo, dado que essa vida está entre o paraíso e o inferno como se conta no Génesis. O tríptico, quando fechado, tem uma citação transcrita desse livro "Ele mesmo ordenou e tudo foi criado". Entre o bem e o mal está o pecado, preposição cristã. No jardim, painel central, representações da luxúria, mensagem de fragilidade nas envolvências do vidro e das flores, reflectem um caráter efêmero da vida, passagem etérea do gozo, do prazer.
Enquanto "utopia", porque transcreve de modo imaginário na imagem um "real", que mais se aproxima do surreal, e representa, mesmo que toda a sociedade e a cultura Ocidental esteja marcada por essa estrutura, uma história “utópica” do seu tempo. Entre um “bem” e um “mal” está a vida e o pecado, de certo foi aplicado, mas no início seria apenas uma projeção."
Quadro: O Jardim das Delícias terrenas - Hieronymus Bosch (1504)
Óleo em madeira (220 x 195 cm)
Local: Museu do Prado, Madrid, Espanha
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quarta-feira, 18 de março de 2009
Escrevo sim!
Em A República, texto escrito no século 4 a.c., Platão botou os poetas para fora de seu ideal de Estado, por considerá-los preocupados demais com a forma e pouco com o conteúdo. É de admirar tamanha contradição de um pensador que versou tanto sobre o “belo em si”, mas queria um Estado pleno de diretos e ordem.
Ordem! Essa é a palavra que não cabe no ofício dos meros artesãos de palavras.
Não ilustre pensador! Somos capazes de reunir beleza e responsabilidade, ou pelo menos alguns de nós, para alguns de nós.
Qual o papel do escritor inserido na sociedade?
Clarice Lispector, quando cobrada pela suposta alienação de seus textos, respondia que não discutia a miséria no Brasil – esta era (e ainda é) óbvia demais, e “sobre o óbvio eu não sei escrever”. Em seu tempo, Clarice nadava contra a corrente e contras as correntes...
Arredia, misteriosa, solitária, que fugia das pessoas e evitava o mundo; Lispector incorporou uma vida secreta como métodos para escrever e viver, fugindo justamente da República inatingível e imaginária de Platão.
Hoje, quem há de negar sua brilhante obra, engajada ou não, porém perturbadora? O simples ato de escrever já é uma atitude política, transformadora, capaz de expandir o universo.
Eu, uma simples mortal, com Lispector no imaginário, também não sucumbirei à era infinita da alienação! Escrevo sem militância, sem globalização ou ideologias vendidas em livros ruins. Escrevo para leitores que me escolhem, os quais aceitarão minhas apologias, meus devaneios e nada me dirão em troca. A troca é subliminar, invisível, irreal, amórfica, atemporal. É transformadora a partir do silêncio que toca as almas.
Abaixo ao submundo das análises acadêmicas!!!!
Assim como Clarice, não verso sobre o óbvio, flutuo na incerteza das palavras, no sopro do objeto sobre o qual pretendo falar, na minha solidão e nas criaturas que povoam meus sonhos.
By Anita Floyder
Na foto: Clarice Lispector
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sábado, 14 de março de 2009
De risco a traço
regadas a mentiras e ilusões
agora sangram e inebriam-se
diante das verdades escondidas
O fantasma da realidade murcha a flor
os antigos guardiões do jardim não sabem mais cultivar
a flor crescida
Vermelha tuas lágrimas,
azuis teus sonhos
-Eu quero ser a flor colorida (por instantes sou)
aquela imponente para meus olhos
No entanto, a noite me fala da ironia
que mesmo na luz do dia escura serei
Na noite a vejo, Oh! flor do ébano!
estendo meu braço a colher-te
Porém, de tanta tinta negra nos olhos e coração
não vês que as águas de março
limpam as feridas do verão
Não há o impossível para as coisas flor minha!
Deixa a luz dos olhos das flores pequeninas do teu jardim
iluminar tuas pétalas mais claras...
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Foto: Lótus negra
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domingo, 8 de março de 2009
A mulher e a expressão do ser
Em busca de uma artista para homenagear o dia da mulher, heis que surge essa extraodinária surpresa.
Que agrado do destino!
As imparidades de sua trajetória se refletem num olhar apurado sobre o que de insondável há na alma feminina por uma tangente de sensualidade. Mesmo antes de sua primeira exposição, em 1975, a fotógrafa francesa Irina Ionesco já havia despertado o interesse de um grupo particular de artistas; mas seu êxito – paradoxal - e aclamação viriam de seu maior escândalo; a exposição Eloge de Ma Fille entraria na galeria Nikon de Paris e era esse mesmo olhar fetichista agora voltado para ela, Eva Ionesco... dos 5 aos 10 anos, em ensaios eróticos. Segundo Irina, a proposta que originou a série de fotografias surgiu da própria Eva; eram sem dúvidas anos muito diferentes dos nossos, de uma busca e aceitação da liberdade sexual, ou ainda da liberdade dos corpos.
Como mulher e artista, fruto de sua época, não pareceu estranho à francesa que Eva também pudesse ser alvo de fotografias simbolistas e que fosse focada exatamente como as outras mulheres, adultas, alvos das lentes de Irina.
As datas divergem - uns falam em 4 a 11 anos, outros de 5 a 10 anos de idade; ficamos aqui com a segunda possibilidade por ser a mais encontrada nas fontes – mas, sistematicamente, ano após ano, a fotógrafa utilizou sua filha como modelo em fotografias branco & preto de extremo apuro e ousadia. Ousadia até maior que a encontrada nas demais imagens obsessivas produzidas por Ionesco, muito maior. Eva aparece em nus, mas o efeito aterrador é o mesmo se ela é capturada vestida, como isso? É intrigante.
Assim a menina Eva surge como criança-mulher nos mesmos ares sombrios, ornada com dezenas de jóias ou bijuterias ordinárias, artefatos que falam deste mundo particular onde convivem delírio, morte, sensualidade e paixão. Seria quase uma entidade, um totem, um mito... Mas Eva era e é real: o choque é inevitável.
Comunidade artística e opinião pública se puseram maciçamente contra Irina; a primeira – que já classificava seu trabalho como um desfile de maus gostos – considerou a coleção como o ápice dos absurdos, aquilo simplesmente não era arte. Já o público, numa oposição já esperada e recorrente, a execrou alegando uma falta explícita de moralidade.
Nada disso, logicamente, impediria Eloge de ma fille de entrar para a história da fotografia e do erotismo.
Mesmo hoje, em que vivemos tempos de tão intenso tráfego de material de pedofilia, tempos que talvez nos turve a visão para certos aspectos fascinantes do bizarro ou do cruel, as fotografias que Irina Ionesco fez de sua filha permanecem inadvertidamente cheias do mesmo conceito, da mesma busca pela natureza do ser mulher vista através dos anos que passam para Eva e a revelam tão ou mais terrível (e uso terrível no sentido de espantoso) que a Lolita de Nobokov.
Resta a nós interpretações, choques, absolvições ou engrandecimentos à obra prima de Irina Ionesco.
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quinta-feira, 5 de março de 2009
looking for my landscape
Lá, um mar de rosas murchas
deixam pétalas mortas pelo chão
pisados passados, presentes torturados
lá onde não pertenço
onde não me reconheço
lá onde mora o burocrata travestido de educador humanizado, carrasco de si mesmo
não anda, não canta
É lá onde não me vejo
busco contraditório desejo
tão social quanto documento
Eu, indiferente
agora vejo: lá não há de ser a fonte dos meus anseios
Há de ser uma dolorosa e passageira vontade de ser o que não desejo
sigo...
e quando bem longe de lá estiver
hei de respirar contentamento
By Anita Floyder
Quadro:"Landscape" Anita Floyder (2009)
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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Tinta vermelha
A história da arte bem poderia ser a da humanidade. Tanto vermelho em telas derramado, quanto sangue nas ideologias.
Atrocidades causadas à mente dos seres humanos enquanto suas impressões eram ignoradas.
É algo nefasto, funesto, fúnebre.
A necrofilia da arte, somente a morte mestra é notável.
Van Gogh sem orelha.
Hendrix assassinado.
E tantos gênios incompreendidos pela coisificação massificadora dos homens. Nos querem todos iguais, códigos de barra injetados.
O totalitarismo dos impérios babilônicos que mentem, compram, estragam.
É como no mito de Saturno (Cronus) que devora cada filho seu ao nascer para que estes não lhe tomem o trono no futuro. Ora, essa é uma atitude de auto-negação do artista que destrói suas obras primas para que ninguém aprecie o novo e as engole reinserindo-as em forma de sangue: morte.
Arte é algo de tamanho mistério que não cabe à compreensão de hediondas criaturas: os animais racionais (aqui sem a inserção do prefixo).
By Anita Floyder
"Saturn devouring one of his sons" 1823 - Goya
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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
cor e forma
Matisse and Picasso stand side by side,
Matisse representing colour and Picasso form."
(Kandinsky)
sábado, 7 de fevereiro de 2009
P&B
By Anita Floyder
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
someday with Barrett
Álbum: BARRETT (1970)
By Syd Barrett
Foto: Anita Floyder
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
O amor é preto e branco
uma bizarra experiência de inocência corrompida
é sadomasoquista
Em busca da cidade encantada de Tar partem os amantes:
inalcançável paraíso
encontrarão êxtase espiritual?
Acontece que Lis é paralítica e branca
Fando é imponente e negro.
Seria o oposto?
Texto: Anita Floyder
Filme: Fando y Lis, MEX, 1968, P&B, 96')
De: Alejandro Jodorowsky
Com: Sergio Kleiner, Diana Mariscal, Maria Teresa Rivas, Tamara Garina
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no caminho de Pedro
no mundo de pedras
de pedras no caminho
no caminho de pedras
por onde eu ando
e nado
e nada
eu nado sobre pedras
eu ando sobre as águas
eclipse e luz
se fundem no firmamento
sentimento
do mundo
pensamento
By Anita Floyder
ilusões surgidas da canção Caminho de Pedro - Novos Baianos (1971)
Foto: Cachoeira de Dona Zilda - Imbassay-BA (24 de Dezembro de 2008)
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