Há um grupo de pessoas que tende a um pensamento , digamos,escravocrata. Uma dessas correntes que transformam os seres humanos cada vez mais em animais irracionais. Parece-me que a escravidão mental é uma das mais cogitadas.Somos expostos a certos tipos de pensamento tão imbecis que dificulta nosso processo de reflexão e construção interior. Em pleno séc. XXI ouvem-se coisas do tipo: “Será que nós, “elite intelectual” do país, devemos manter a cultura restrita? Será que devemos ensinar tudo o que sabemos ao “povão”? Acho que sim, a massa não pensa mesmo! ”Certos pensamentos mostram o quão ignorantes são esses deuses do saber quanto àqueles que excluem.
A arte existe e uma das suas infinitas funções é expressar através de uma determinada linguagem aquilo que somos e sentimos. O reggae é um excelente exemplo dessa manifestação poderosa que é a arte, um ritmo que nasceu no gueto de mentes pretas e pobres e que virou os olhos do mundo para a Jamaica.
O reggae traz a ancestralidade musical da África, o ritmo cadenciado dos batuques da macumba. Contudo, mais forte que o som dos atabaques é o seu discurso ácido-reacionário; suas letras expressam a linguagem do povo, clara, direta, atingível. Carregadas de conteúdo político que convidam à luta contra o poder estabelecido e influência religiosa, a qual pregava a não-escravidão mental pela babilônia e fazia uso de uma erva alucinógena com o intuito de elevação espiritual. Evoluiu durantes os anos 40, 50 e 60, até culminar brilhantemente na déc. de 70 na figura mítica de Robert Nesta Marley.
Em uma de suas canções Bob Reflete: “We refuse to be What you wanted us to be;
We are what we are: That's the way it's going to be. You don't know!You can't educate I For no equal opportunity: Talkin' 'bout my freedom,People freedom Yeah, we've been trodding on the winepress much too long: Rebel, rebel!”
, e essa educação não era nem um pouco parecida com essa européia que somos obrigados e engolimos goela abaixo achando que estamos alimentados de sabedoria e espírito aristocrático. Suas crenças tinham raízes profundas na busca de uma identidade cultural legítima e essa busca seria o caminho do exercício de seus verdadeiros arquétipos. Tentaram assassinar Marley por suas idéias, a babilônia queria calar o grito do povo, porém tudo o que conseguiram foi lançá-lo como um cometa em direção `a galáxia dos homens ilustres.
O mundo reconhece o valor artístico e a figura do homem negro que ganhou o mundo com suas idéias, as idéias do povo. O que resta a essa elite intelectual tão bem escolhida é um pouco mais de inteligência. Há tantos caminhos que levam ao conhecimento e tanto a evoluir, por isso não devemos acreditar em tudo que nos ensinam, há também os péssimos mestres.
A simplicidade é a magnitude das coisas.
By Anita Floyder
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